Tuesday, February 08, 2011

O DOCE AMANHÃ - DVD

Diariamente penso nas falhas da minha cultura cinematográfica. Por exemplo: nunca tinha visto um filme do egípcio de nascimento, armênio por descendência, canadense por criação Atom Egoyan. Corrigi tal erro com O DOCE AMANHÃ, que agora descubro que não é o filme mais antigo do cineasta em minha coleção de DVDs. Esse seria EXOTICA, lançado aqui pela Lume Filmes. Gosto de ver filmes "cronologicamente" para observar como um diretor evolui (ou involui?) de um filme para outro em seu estilo. Teoricamente, quanto mais experiente um diretor, melhor ele fica... certo? Sei não. Michael Bay?

O DOCE AMANHÃ é um daqueles filmes que contraria tudo o que você pensou que ele poderia ser ao ler uma sinopse: advogado bem sucedido viaja até pequena cidade para convencer as famílias de diversas crianças mortas em um acidente de ônibus que elas devem processar... quem mesmo? Parece até um daqueles filmes do Ron Howard, Joel Schumacher ou Martin Brest, com tribunais cheios, surpresas, conspirações e no final, após achar que seu caso está perdido, o pobre advogado (um bonitão do momento ou um ícone da atuação, pode escolher) faz um discurso emocionado e converte para o seu lado os céticos jurados.
Mas Egoyan tem em seu advogado o baixinho, feio e excepcional Ian Holm, que é ícone pelo menos para mim. Tem como pincel os sentimentos sufocados, amargos, aquela coisa que dói e de repente você vê que não tem com quem conversar... e a culpa é só sua. Atores que não se convertem em monólogos e lágrimas mas cuja dor se transfere com um olhar, ou a falta dele. Aliás, demorou alguns minutos para reconhecer Bruce Greenwood banguela e bigodudo. Já Sarah Polley, ainda adolescente, já era o máximo.
Agora, o que é aquela cena do Holm contando a história de infância da filha? Putz, coisa de gênio!

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