Monday, February 28, 2011

AMEAÇA TERRORISTA em blu-ray

Na segunda-feira fui assistir a CISNE NEGRO. No dia seguinte, o colunista da Folha de São Paulo João Pereira Coutinho escreve um texto estraçalhando o filme. Mas era muito. Até demais. Parece que é mais pelo velho "se todo mundo vai falar bem eu vou falar mal" do que pelo filme em si. Parecia até que o Darren Aronofsky tinha atropelado a mãe dele e agora ele estava dando o troco. Não que CISNE NEGRO seja uma obra prima. Não é. Mas é bem legal... se você topa a proposta do filme, coisa que o Coutinho não fez por discordar da escola de pensamento do cinemão americano: "talento é 1% inspiração e 99% transpiração... mas que diferença faz esse 1%" (inventei isso agora mas é só pra ilustrar um ponto). É a mesma escola de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Claro que é frustrante ver um material com um potencial colossal ser desperdiçado mas quando é que isso deixa de ser um problema do filme e se torna um problema pessoal?

Todo esse parágrafo me leva a um filme que não tem nada a ver com a história: AMEAÇA TERRORISTA, título que faz sentido mas passa longe do verdadeiro UNTHINKABLE do original. Dirigido por Gregor Jordan do pouco visto faroeste australiano NED KELLY (que preciso rever pra confirmar se é tão bom quanto eu me lembro), temos aqui uma história simples e bem feita que usa a atual histeria anti-terrorista americana como pano de fundo para um estudo da frieza humana. Os fins justificam os meios?


E aquele papo todo anterior? Na época de seu lançamento, UNTHINKABLE foi malhado por muitos como um filme de extrema direita. Já me disse um amigo... tá bom, foi o Kas falando sobre 24 HORAS... "é de direita, é fascista, e é massa"! Você não tem que concordar com um ponto de vista político para aproveitar 24 HORAS pelo o que é: uma eficiente e eletrizante série de ação. E no sentido político, UNTHINKABLE deixa no chinelo todas as temporadas das aventuras de Jack Bauer juntas, tendo no lugar de Kiefer Sutherland um Samuel L. Jackson confortável em mais um papel 'bad motherfucker' que ele adora.


Mas o que se esconde por trás de um filme aparentemente absolutamente fascista? Será que um diretor australiano que realizou um filme como BUFFALO SOLDIERS anos antes simplesmente se deixa levar por um roteiro bem escrito? Aonde está a armadilha? UNTHINKABLE é um filme eficiente, com um elenco modesto e eficaz. Não sei por quê Carrie-Anne Moss, a Trinity de MATRIX, não trabalha mais. Brandon Routh, por ter sido o George Lazenby dos filmes do Superman sempre tem pontos comigo. Michael Sheen é sempre um prazer, menos em TRON: O LEGADO mas a culpa é do papel, não dele.


Mas o crédito é mesmo do diretor Jordan, que mesmo se você discordar completamente de tudo o que o filme "diz", ainda assim entrega um thriller eficiente. Vá ver, volta aqui e discutimos... porque qualquer filme que me faz pensar em mais de um ponto de vista, e fazer sentido, vale pelo menos algumas horas de papo em uma mesa de bar.


É só uma pena que a edição americana da Sony não tenha legendas em português. Depois de um bom tempo como a distribuidora estrangeira preferida dos colecionadores brazucas legendando praticamente todos os seus lançamentos, ela deu um tiro no pé vendendo os direitos internacionais de diversos títulos para outras distribuidoras e protegendo o mercado interno brasileiro. Por aqui, saiu pela Imagem Filmes. O formato de tela deve estar correto porque o original é 1.85:1. Não tive acesso à edição nacional mas você encontra aqui: http://www.submarino.com.br/produto/6/21857272/blu-ray+ameaca+terrorista

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Monday, February 21, 2011

P2

Antes da Summit Entertainment se encher de dinheiro com a "saga" CREPÚSCULO e começar a investir em projetos mais ambiciosos, ela jogava pequeno com filmes como este P2 - SEM SAÍDA, lançado aqui no Brasil pela Paris Filmes. O fato de ser obviamente um filme de baixo orçamento com atores semi-conhecidos não faz do pequeno investimento uma aposta menos arriscada. P2 arrecadou menos de US$ 7 milhões internacionalmente. Justificado.

O plot é bem simples: moça bonita trabalha até tarde na noite de Natal e é perseguida por funcionário insatisfeito. Se tivesse sido dirigido pelo produtor do filme, Alexandre Aja, que fez dois bons trabalhos pelo menos (VIAGEM MALDITA e seu filme de estréia ALTA TENSÃO), não seria necessário mais nada. Aja entende de construção de clima e suspense, gosta de brincar com seus monstros. Não sei se manteve esse talento com PIRANHA e ESPELHOS, mas como ambos parecem mais projetos de encomenda (além de serem refilmagens), vou deixar pra pensar nisso depois que assistí-los.


Mas temos um tal Franck Khalfoun na direção... em seu trabalho de estréia... e é aí que desgringola. Wes Bentley, que passava um certo 'creepy vibe' em BELEZA AMERICANA, chega a ser risível em seus momentos de descontrole. Já a gracinha Rachel Nichols, mais lembrada por ser a 'substituta' de Jennifer Garner em ALIAS, só tem mesmo que correr pra lá e pra cá em um vestido decotadíssimo, como você pode confirmar pela capa do DVD.


Oportunidades perdidas, pontas soltas, tem de tudo um pouco em P2. Deixe pra assistir com um fã do gênero, em um dia que a TV à cabo estiver fora do ar. Mas se quiser conferir, aqui tem: http://www.submarino.com.br/produto/6/21383938/dvd+p2+-+sem+saida. E o meu DVD é área 1, não sei se a Paris foi fiel ao formato de tela scope. Mas eu não confiaria.

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Friday, February 18, 2011

Eu que não estava convencido...

...agora estou. Esse novo trailer de THOR ficou bem bacana! Espero que o Kenneth Brannagh ('a leading contender for world's nicest man' segundo a revista britânica Empire) me surpreenda ainda mais.

O quê? Não viu ainda?

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O VENCEDOR é mesmo Mark Wahlberg...

Começava a escrever um pouco sobre RED - APOSENTADOS E PERIGOSOS mas ontem fui assistir O VENCEDOR com a patroa. Surpreendentemente, mesmo quando é indicado ao Oscar, em Belo Horizonte os filmes passam voando. Esse passava em apenas uma sessão no meu cinema favorito. Uma pena porque é um filmaço.

Dicky Ecklund (Christian Bale) e Micky Ward (Mark Wahlberg) são irmãos de pais diferentes, consequentemente sobrenomes diferentes. Dicky, o mais velho, era boxeador, chegou a lutar com Sugar Ray Robinson, fato que ele faz questão de lembrar a todos exaustivamente. Mas seu problema com drogas afasta-o dos ringues, tornando-se treinador do mais jovem Micky, um lutador promissor mas que sempre é colocado em lutas onde ele é apenas uma 'stepping stone', um mero degrau, para que outros lutadores possam alçar vôos mais altos. A mãe dos rapazes (Melissa Leo
) é a empresária que parece entender tanto do bocado quanto... bem, quanto eu, e isso é bem pouco. Minha experiência com boxe resume-se a assistir filmes como TOURO INDOMÁVEL, ALI, MENINA DE OURO e incontáveis vezes à toda a série ROCKY, especialmente ROCKY IV, o mais mal dirigido, mais brega, mais babaca e mais divertido dos filmes do Garanhão Italiano.

Nas mãos de alguém menos talentoso, a história de Dicky e Micky poderia ter sido um drama chatíssimo e previsível. David O. Russell em sua melhor forma até agora (só vi dele TRÊS REIS e HUCKABEES mas entre estes O VENCEDOR é seu melhor trabalho), faz com que os poucos momentos tensos ou tocantes se sobressaiam entre tantos leves e divertidos. E dando o devido valor aos coadjuvantes indicados aos diversos prêmios, especialmente a Bale e seu visual caveirístico (mas menos impressionante do que o de O OPERÁRIO) nada mais trágico e tocante do que o personagem vivido por Wahlberg, um cara que luta tanto nos ringues quanto fora deles o tempo todo, contra adversários cuja maior arma é o amor do próprio Micky.

E para quem ficou com raivinha de Bale, chamando o cara de diva por causa de seu acesso de fúria nas filmagens de TERMINATOR SALVATION, veja os vídeos dos quebra paus no set de HUCKABEES (tem um aqui). O fato de ninguém ter morrido no set de O VENCEDOR é surpreendente? Não, é que diretor ruim como o McG não tem o menor controle de seu set de filmagem e tira do sério até um tremendo profissional como Christian Bale. E acredite, quando um diretor com fama de tirano como Werner Herzog fala que o Bale é o melhor ator da geração dele, pode confiar.



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Thursday, February 17, 2011

ALL THE BOYS LOVE MANDY LANE... and so do I!

A necessidade de definir um filme em um gênero às vezes é um desserviço à obra. É o caso de ALL THE BOYS LOVE MANDY LANE, que não foi lançado por aqui mas é um candidato à cult entre os fãs de filmes de... quê? Terror? Suspense? Que bobagem. Claro, o filme segue certas linhas estéticas que poderiam classificá-lo como algo do tipo. Mas é muito mais um estudo desses elementos do que um simples thriller.

O título diz tudo. Mandy Lane é a garota que ontem passava despercebida mas durante as férias tornou-se um mulherão, papel que "lançou" a gracinha Amber Heard que me chamou a atenção como a jovem Charlize Theron em TERRA FRIA. Todos os garotos babam. As garotas querem ficar amiguinhas para ficar com as sobras. Mas nem ela sabe do poder que tem. É meio pastel, amiga de um bobo, suspeita-se até que ainda seja virgem em um ambiente assustadoramente promíscuo. E deixa nisso que é mais legal.

O diferencial de ALL THE BOYS LOVE MANDY LANE... sem querer levantar expectativas... é que, mesmo sendo vendido como um suspense, não vai agradar como isso. Pode ser até um defeito, a falta de uma tensão real. Mas vejo de outra forma. O diretor Jonathan Levine ainda não tem esse cacife todo, mesmo sendo premiado em Sundance por THE WACKNESS dois anos após MANDY LANE, mas gosto de pensar no filme como "terror adolescente pela lente de Gus Van Sant". Claro, isso já é ELEFANTE de certa forma, aquele sim, um filmaço.

Mas se não é tão eficiente no clima, se não é um mistério do tipo "quem será o assassino", se não tem o "torture porn" que anda fazendo sucesso atualmente... enfim, se não vai agradar ao grande público como um filme de terror, vai agradar à quem? A mim, pelo menos. É um filme surpreendente, que nas mãos de um diretor menos talentoso seria um filminho de psicopata com uma fraca tentativa de surpreender. É daqueles que no fim, cada pequena decisão passa a fazer sentido. Não é à toa que Levine, ao contrário dos diretores independentes de horror que se auto estigmatizam ao se repetirem, partiu para outros gêneros. E eu agora estou curioso para ver aonde levará a carreira do rapaz.

Não que o filme seja uma obra prima. É acima da média... mas um acima da média bem interessante se levarmos em conta a previsibilidade do atual cinema de horror americano que se preocupa mais em chocar do que em pensar.

Só para constar: tive que importar o blu-ray da Inglaterra. Nos EUA e aqui o filme ainda não foi lançado e pelo atraso de 4 anos, talvez nem seja. A qualidade de imagem é eficiente mas o som é que agrada mais. O filme é region free mas os extras são em formato PAL (aqui usa-se o NTSC) ou seja, se você não tem um player region free e uma TV que aceite ambos os sistemas, você também vai ficar sem ver. Mas duvido que uma entrevista com a Amber Heard e o trailer do filme façam tanta falta assim. Você encontra aqui: http://www.amazon.co.uk/Boys-Love-Mandy-Lane-Blu-ray/dp/B001563I5W/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1297953269&sr=1-2

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Thursday, February 10, 2011

SKINWALKERS - AMALDIÇOADOS

Tem dias que são tão cretinos que não merecem ser chamados de dia. Aqueles que tiveram tantos problemas, tanta correria, que fazem você pensar "ah se não fosse por (insira aqui seu incentivo favorito) eu nem tinha saído da cama". Essa semana, praticamente todos foram cansativos assim. Trabalho, reuniões, dilemas, decisões. Quando isso acontece, deito na cama, pego o primeiro DVD fuleiro que aparecer na minha frente e que vai servir apenas para me desligar e ter uma boa noite de sono.

O último desses eleitos foi SKINWALKERS - AMALDIÇOADOS. Assisti em DVD área 1 porque aqui foi lançado pela sempre suspeita Imagem Filmes, que tem o péssimo hábito de cortar a imagem, passando-a de 2.35:1 (o famoso 'scope', aquele retângulo mais estreitinho) para 1.85:1, formato das TVs widescreen que é menos estreito. Com isso, você perde de 20 a 30% da imagem do seu filme. Isso hoje, antes era pior. Cortavam para 1.33:1, o formato quadrado das velhas televisões. Mas isso vale um post dedicado.


SKINWALKERS tenta não ser um típico filme de lobisomem misturando lendas indígenas, motoqueiros e até mesmo uma pitada de um raso conflito psicológico do tipo "isso é um dom ou uma maldição?". Mas o diretor James Isaacs, fã confesso de David Cronemberg e que inclusive já trabalhou com ele em diversas ocasiões, até que tem uns truques interessantes na manga. Quando vi que o filme fora produzido pelo Stan Winston Studio, minha expectativa aumentou um pouco. O 'duelo ao sol' que ocorre na primeira parte me fez pensar até que esta poderia ser uma pequena jóia, um western contemporâneo no melhor estilo John Carpenter. Não chega a tanto... mas pequenos detalhes divertem. Só é uma pena que ele faz parte daquelas safras de filme lançados quanto todos os estúdios queriam uma nova franquia. O fim fica com aquela cara de piloto de série. Mas a Rhona Mitra, há uns dez anos atrás, seria a minha escolha para Mulher Maravilha.


Quem tiver curiosidade mórbida o suficiente, aqui tem pra comprar:
http://www.submarino.com.br/produto/6/21361626/dvd+skin+walkers:+amaldicoados. Não garanto que o formato de tela esteja correto... e conhecendo a Imagem Filmes, duvido que esteja.


Ah, e meu incentivo favorito a ser inserido? É esse:



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Tuesday, February 08, 2011

Divagações sobre o novo Superman

Estranho... no reino da internet afora, vi muita gente reclamando da escolha de Henry Cavill como o novo Superman de Zack Snyder.

Eu admito, eu sou do 'time Brandon Routh' e acho que agora, com mais experiência, o Superman de Bryan Singer poderia ser ainda mais digno. Mas deviam reclamar mesmo é da escolha de diretor. Não digo que Snyder seja um lixo, uma porcaria, um Michael Bay da vida. Muito pelo contrário. Gosto dos filmes dele e acho que o cara tem toda a boa vontade do mundo em relação ao projeto. Especialmente por já ter feito duas adaptações de HQs, 300 e WATCHMEN. Agora, após ver A LENDA DOS GUARDIÕES e os trailers de SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL, tudo o que quero é que Snyder repense um pouco seu estilo e volte ao seu primeiro filme, MADRUGADA DOS MORTOS. Que me perdoem os fãs do original do George A. Romero mas se existe uma refilmagem digna em Hollywood, é esta. Só perde para O ENIGMA DE OUTRO MUNDO do John Carpenter, talvez mais amado do que o próprio THE THING FROM ANOTHER WORLD original. Mas ambos têm em comum o uso do material original com mudanças significativas para torná-lo seu próprio 'monstro'. E que monstro!

Claro, muita gente vai dizer que há refilmagens melhores, e eu concordo. Adoro o CABO DO MEDO do Scorsese. Só estou dando ênfase em dizer que MADRUGADA DOS MORTOS é sim, o melhor filme de Snyder. E o menos afetado. O problema de seus filmes seguintes é o velho 'style over substance'. É difícil se envolver e se emocionar com seus personagens. Se nas mãos de um diretor maior a cena final de Gerard Butler em 300 poderia levar às lágrimas o mais durão dos marmanjos, com Snyder no comando assistimos a tudo meio distantes, frios. Tudo bem que Peter Jackson teve quase oito horas de filme antes de nos entregar uma das cenas mais heróicas (e tocantes) do cinema em O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI, mas Sean Astin colocando Elijah Wood nos ombros dizendo "I may not be able to carry it for you, Mr Frodo... but I can carry you!", putz! Sobe a música, descem as lágrimas.

E é tanto estilo que tudo parece fake demais. O Superman já é um personagem fantástico visualmente. Para comprovar que não é necessária muita firula, é só voltar ao velho SUPERMAN - O FILME do Richard Donner. Christopher Reeve carregado por fios produz uma admiração que nenhum filme de super-herói conseguiu até hoje.

Sem querer parecer piegas mas a dupla Donner/Reeve nos fez crer que um homem poderia voar porque fazer um boneco digital voar é bem mais fácil (vide SUPERMAN - O RETORNO de Bryan Singer, um filme injustamente massacrado mas que abusa dos bonecos digitais). Tudo isso com fotografia e design realista e efeitos especiais que hoje podem parecer simples, mas na época eram o melhor que Hollywood tinha a oferecer.

So Mr. Snyder, please... return to basics!

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O DOCE AMANHÃ - DVD

Diariamente penso nas falhas da minha cultura cinematográfica. Por exemplo: nunca tinha visto um filme do egípcio de nascimento, armênio por descendência, canadense por criação Atom Egoyan. Corrigi tal erro com O DOCE AMANHÃ, que agora descubro que não é o filme mais antigo do cineasta em minha coleção de DVDs. Esse seria EXOTICA, lançado aqui pela Lume Filmes. Gosto de ver filmes "cronologicamente" para observar como um diretor evolui (ou involui?) de um filme para outro em seu estilo. Teoricamente, quanto mais experiente um diretor, melhor ele fica... certo? Sei não. Michael Bay?

O DOCE AMANHÃ é um daqueles filmes que contraria tudo o que você pensou que ele poderia ser ao ler uma sinopse: advogado bem sucedido viaja até pequena cidade para convencer as famílias de diversas crianças mortas em um acidente de ônibus que elas devem processar... quem mesmo? Parece até um daqueles filmes do Ron Howard, Joel Schumacher ou Martin Brest, com tribunais cheios, surpresas, conspirações e no final, após achar que seu caso está perdido, o pobre advogado (um bonitão do momento ou um ícone da atuação, pode escolher) faz um discurso emocionado e converte para o seu lado os céticos jurados.
Mas Egoyan tem em seu advogado o baixinho, feio e excepcional Ian Holm, que é ícone pelo menos para mim. Tem como pincel os sentimentos sufocados, amargos, aquela coisa que dói e de repente você vê que não tem com quem conversar... e a culpa é só sua. Atores que não se convertem em monólogos e lágrimas mas cuja dor se transfere com um olhar, ou a falta dele. Aliás, demorou alguns minutos para reconhecer Bruce Greenwood banguela e bigodudo. Já Sarah Polley, ainda adolescente, já era o máximo.
Agora, o que é aquela cena do Holm contando a história de infância da filha? Putz, coisa de gênio!

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Thursday, February 03, 2011

De volta!


É estranho voltar a um blog depois de tanto tempo. Anos. Se envergonhar dos textos tolos de outrora, da imaturidade... lembrar com carinho dos bons posts, dos bons filmes, das boas sensações. Acho que por isso não apaguei as velhas notícias. Por isso escrevo essas breves linhas. Para que este seja um divisor de águas.

Chuá.

Meu último post foi em 6 de março de 2006. Eu poderia ter esperado mais um mês e completado 5 anos. Bobeou, meu próximo post só virá então. Mas acho que não. Ando vendo bons filmes, lendo bons livros e tudo isso me dá vontade de escrever. Sim, essencialmente sobre cinema. Mas de vez em quando vou fugir um pouco do assunto.

Nesses cinco anos, a vida mudou muito. Se antes era um solitário viciado em cinema e quadrinhos, reclamão e sem rumo, hoje sou noivo, empresário, órfão de pai mas talvez ainda mais viciado. E muito mais feliz. O amor prega essas peças na gente. Nos deixa mais sensíveis aos sentimentos alheios, nos mostram o quanto não somos o que pensamos, nos tortura e nos alegra. Faz ver a vida de um jeito diferente. Principalmente ao assistir à terceira temporada de DEXTER e se identificar assustadoramente com um psicopata prestes a subir ao altar. E depois dessa observação, talvez eu tenha que arrastar minha noiva à força igreja afora.
E que venham os filmes! Os bons, os maus e os feios.

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