O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS - DUBLAGEM FORÇADA
Eu nunca li um dos livros da série O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS. Nunca ouvi um dos programas de rádio ou de TV. Na verdade, até anunciarem que seria feita uma adaptação cinematográfica, admito nunca ter nem ouvido falar. Sim, pode me chamar de alienado, não me importo. Por isso, não me considero um purista. Na verdade, os trailers do filme nem me empolgaram. Na melhor das hipóteses, eu esperava ter divertidos 110 minutos no cinema. Só isso. Nada que mudasse minha vida ou que me fizesse desesperadamente correr até a livraria mais próxima.
Infelizmente, anuncio que vou assistir O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS apenas em DVD. Bobeou, ainda vou ter que conseguir um DVD importado. Por que? Porque a Buena Vista, parafraseando a crítica de cinema da revista VEJA, Isabela Boscov, "para garantir que o humor de Adams não se perca em metros e metros de legendas", resolveu dublar a narração do inglês Stephen Fry. Agora, "os diálogos estão no inglês original, mas a narração vem em boa tradução, e em interpretação inspirada, a cargo de José Wilker".
Verdade seja dita? Não quero saber. Por mais que a intenção seja boa, forçar o público a assistir um filme dublado é um desrespeito. Não tenho intenção de desrespeitar o ator ou a crítica Boscov (cujos textos eu muito aprecio!). Essa reclamação não é direcionada a nenhum dos dois mas sim à distribuidora Buena Vista. Tal atitude é pior que traduzir nomes de personagens como o Sr. Incrível, Bob Parr, para Beto Pêra (Be"topera", como se ele fosse uma toupeira, que engraçado, har har har), uma tradução que perde completamente qualquer razão ou explicação quando palavras como "babysitter" são mantidas no inglês original e não trocadas por um simples e inofensivo "babá".
"Não entre em pânico"? Parafraseando um filme ruim de Kevin Smith, "essa deve ser a pior idéia desde o Greedo atirando primeiro"!